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Memórias Sonoras

Memórias Sonoras é o conjunto de álbuns que são parte da Coleção Retomada. O material organiza e apresenta uma seleção de sonoridades captadas pela ação indigenista do Cimi junto aos povos indígenas do Nordeste.


Nas aldeias e retomadas, missionários e missionárias fizeram os registros em gravadores de áudio enquanto vivenciavam toda a dimensão do dia a dia dos povos. São registros inéditos aos próprios indígenas, fazendo do projeto um importante mecanismo de recuperação do passado recente para o conhecimento das novas gerações.


Os áudios aqui organizados abrangem o final da década de 1970 e início da década de 1980, capturando em fitas momentos de importância histórica aos povos indígenas e ao Brasil. Se trata de um conjunto de registros das primeiras Assembleias Indígenas que ocorreram no Nordeste, nos anos de 1981 e 1983, ainda sob a ditadura militar.


Há entrevistas, cantos, reuniões, histórias de vida de indígenas e de seus povos, além de rituais e festejos com toantes, sambas de coco, benditos, banda de pífanos. Neste primeiro momento, compartilhamos as gravações realizadas junto aos povos indígenas Kapinawá, Truká, e Pankararu – do Agreste e Sertão de Pernambuco.

 

Todos os áudios publicados neste CD foram restaurados, ainda assim, uma parte significativa apresenta baixa qualidade sonora, todavia, optamos por disponibilizá-las em função da relevância do período em questão.

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Acervo sonoro do Cimi

O Cimi atua no Nordeste de forma sistemática desde o ano de 1978. O acervo sonoro da instituição conta com registros feitos pelos seus integrantes que desde esse início. É um material que antes estava nos suportes de cassete e mini-cassete.

A digitalização deste material foi feita entre os anos de 2012 e 2014, pelo projeto 1147/2012 (Edital FUNCULTURA 2011/2012), o que gerou 177 arquivos digitais de áudio, relativos a um lado, ou a ambos os lados das fitas.

No conteúdo encontra-se material editado, como gravações de programas de rádio sobre a temática indígena e álbuns musicais. No entanto, a maior parte do material é de áudios sem edição (material bruto).

O material editado conta com 83 arquivos. São álbuns musicais, programas de rádio, materiais de formação, a grande maioria é do programa Potirõ (46 arquivos, 05:17:21 de gravações).

O material sem-edição, por sua vez, conta com 94 arquivos, somando 57:41:18 horas. Sendo ele produzido principalmente pelos missionários do Cimi nos contextos de suas atuações. São áudios com gravações feitas junto aos povos que citamos a seguir. Alagoas: Geripankó, Kariri-Xokó, Xukuru-Kariri; Bahia: Kaimbé, Kiriri, Pankararé, Pataxó, Tuxá;  Ceará: Tremembé; Sergipe: Xokó; Paraíba: Potiguara; Pernambuco: Kapinawá, Pankararu, Truká e Xukuru.

Também há gravações de conflitos de Santana dos Frades, pequena comunidade de posseiros que era acompanhada por Fábio Alves dos Santos, que estava tendo suas terras invadidas pela empresa Coco Serigy.

Além disso, há um vasto material dos seguintes eventos, que contaram com outros tantos povos: I Assembleia Indígena do Nordeste, Garanhuns/PE, 1981/mar; III Assembleia Indígena do Nordeste, Garanhuns/PE, 1983/mar; Pós-conferência, Pesqueira, 2000; I Encontro nacional de povos em luta pelo reconhecimento étnico e territorial, Olinda, 2003/maio.

Destes 94 arquivos, foram trabalhados de forma mais direta aqueles arquivos mais antigos, 33 arquivos. Principalmente com recorte anterior a Constituição Federal, de 1988. Esses foram mandados para restauração, somando mais de 20 horas de gravação. Dessas 20 horas, cerca de 15 foram restauradas.

Muitas vezes os registros tiveram como objetivo documentar os conflitos, relatar violações e situações de violência que afetam os povos indígenas, causadas pelos conflitos fundiários no contexto da luta pela demarcação dos territórios tradicionais no Nordeste. Dessa forma, é um acervo que precisou ser trabalhado com cautela para não expor as pessoas e povos aí retratados.

Foram realizadas entrevistas e conversas com agentes do Conselho Indigenista Missionário e também com indígenas dos povos que o acervo retrata, para aprofundar as informações sobre as peças de áudio e seus conteúdos, deixando assim, as informações do acervo ainda mais completas e mais descritivas para o público que terá acesso a elas.

Foi dada prioridade, para esta primeira publicação de áudios, aqueles anteriores a Constituição de 1988, bem como ao acervo relativo aos povos para os quais apresentamos os áudios e foram selecionados de forma conjunta com os mesmos. Tivemos como princípio ético a ideia do protagonismo indígena na definição do que deve ou não ser publicado sobre os mesmos.

Esse recorte mais específico foi feito junto aos povos Kapinawá, Xukuru, Truká e Pankararu. Com os quais - via outro projeto, que teve como objetivo a catalogação coletiva do acervo fotográfico do Cimi/NE -, permitiu que durante as oficinas de catalogação das fotografias, fosse feia a apresentação do acervo sonoro, bem como a discussão e a definição  do que poderia/deveria ser publicado ou não no que se referia a cada povo.

 

Assim, foram publicadas 05:27:36 horas, nos seguintes conjuntos de áudios (informações mais detalhadas seguem no encarte do CD):

 

  • Áudios das primeiras Assembleias Indígenas que ocorreram no Nordeste, nos anos de 1981 e 1983, ainda sob a ditadura militar. Com a seguinte duração:

- Assembleias Indígenas 1981: 28min;

- Assembleias Indígenas 1983: Debate com Valéria Rezende, 57 minutos; Falas dos indígenas, 65 minutos; toantes e banda de pífanos, 69 minutos; Volta aos debates e encerramento da assembleia, 23 minutos;

 

  • KAPINAWÁ: Cantos Kapinawá, 26 minutos; Missa de Solidariedade ao povo Kapinawá, 10 minutos;

  • TRUKÁ: 39 minutos;

  • PANKARARU 11 minutos;


Fotos do acervo sonoro e audiovisual do Cimi.
Registro realizado durante o processo de digitalização do acervo.
 
Fotos de Larissa Isidoro
e Sérgio Santos 
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